O que é pleonasmo?

Pleonasmo é uma figura de linguagem bastante utilizada na língua portuguesa, mas também, muitas vezes, motivo de correções em textos mais formais. Trata-se da repetição desnecessária de uma ideia, ou seja, o uso de palavras que acabam transmitindo a mesma mensagem que já foi dita. Por exemplo: “subir para cima” ou “entrar para dentro”. Embora possa parecer um erro, o pleonasmo, quando bem empregado, também tem o seu valor estilístico em textos literários, criando um efeito de ênfase e reforçando a ideia que se deseja passar.

Pleonasmo Vicioso x Pleonasmo Estilístico

Antes de mais nada, é importante diferenciar dois tipos de pleonasmo: o vicioso e o estilístico. O pleonasmo vicioso é aquele considerado um erro de redundância, uma vez que acrescenta palavras ou expressões que não agregam valor à frase. Já o pleonasmo estilístico é uma figura de linguagem utilizada intencionalmente para enfatizar ou reforçar uma ideia no texto, como é comum na poesia e em discursos.

Exemplo de pleonasmo vicioso:

  • “Eu vou sair para fora agora.”
    (Aqui, o verbo “sair” já indica que a pessoa está indo para fora, então “para fora” é desnecessário.)

Exemplo de pleonasmo estilístico:

  • “Rir o meu riso.” (Vinícius de Moraes)
    (Neste caso, o pleonasmo é utilizado de forma poética para intensificar a expressão do sentimento.)

Pleonasmo no Cotidiano

No dia a dia, é comum usarmos pleonasmos viciosos sem sequer perceber. Eles fazem parte do modo de falar de muitas pessoas e, dependendo do contexto, podem passar despercebidos. Alguns exemplos comuns de pleonasmos viciosos incluem:

  • “Subir para cima”
  • “Descer para baixo”
  • “Entrar para dentro”
  • “Sair para fora”
  • “Certeza absoluta”
  • “Ganhar grátis”

Essas expressões, quando utilizadas em comunicações mais formais, podem causar uma má impressão, principalmente em textos profissionais ou acadêmicos, onde se preza pela concisão e clareza.

Quando o pleonasmo é bem-vindo?

Como já mencionado, o pleonasmo pode ser usado de forma consciente e estilística em determinados contextos. Escritores e poetas muitas vezes recorrem a essa figura de linguagem para criar um impacto emocional ou poético. Ele pode servir para enfatizar uma ideia, dar ritmo ao texto ou destacar emoções. Vamos ver alguns exemplos:

  1. Na música:
    “Vou te encontrar, nem que seja na última vez da vida” (Legião Urbana)
    Aqui, o pleonasmo reforça a dramaticidade da frase, intensificando o desejo de reencontro.
  2. Na poesia:
    “E rir meu riso e derramar meu pranto, ao seu pesar ou seu contentamento” (Vinícius de Moraes).
    O poeta utiliza o pleonasmo “rir meu riso” e “derramar meu pranto” para reforçar a intensidade das emoções.
  3. Nos discursos políticos ou publicitários:
    Em discursos, por exemplo, o uso de pleonasmos pode ser estratégico para enfatizar uma ideia ou emocionar o público, repetindo o conceito de forma que ele fique bem claro.

Como evitar o pleonasmo vicioso?

Para evitar o uso de pleonasmos viciosos, a principal dica é prestar atenção ao que está sendo dito ou escrito. Sempre se pergunte se a palavra ou expressão que você acabou de utilizar já está implícita na frase. Se a resposta for sim, é provável que você possa eliminar esse termo sem perder o sentido da frase.

Por exemplo:

  • Ao invés de “subir para cima”, use apenas “subir”.
  • Em vez de “sair para fora”, diga apenas “sair”.

Outra dica é revisar seus textos antes de finalizá-los, prestando atenção a redundâncias desnecessárias. Um bom exercício é ler o texto em voz alta para perceber se há repetições que poderiam ser cortadas sem prejuízo do sentido.

Conclusão

O pleonasmo, quando utilizado de forma consciente, pode ser uma ferramenta poderosa de expressão. Na literatura, música e poesia, ele tem o papel de intensificar emoções e trazer um toque poético ao texto. No entanto, no contexto da escrita formal ou acadêmica, o pleonasmo vicioso deve ser evitado para manter a clareza e objetividade do texto. Saber identificar a diferença entre esses dois tipos de pleonasmo é fundamental para uma comunicação mais eficiente e, ao mesmo tempo, criativa.

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