O Trema: História, Uso e Curiosidades

O trema (¨) é um dos sinais diacríticos mais intrigantes da língua portuguesa, mesmo que sua utilização tenha sido oficialmente retirada da ortografia com o Novo Acordo Ortográfico de 2009. Sua história, no entanto, ainda suscita curiosidade entre estudiosos e falantes da língua, pois esse sinal carrega uma função importante: a diferenciação fonética de palavras.

O que era o trema?

O trema era utilizado para indicar que a letra “u” deveria ser pronunciada em grupos consonantais como “gü” e “qü”. Em palavras como “linguiça” e “tranquilo”, por exemplo, a presença do trema mostrava que o “u” deveria ser falado, diferente de outras palavras em que essa letra era silenciosa, como em “guerra” ou “queijo”. Assim, o trema ajudava na clareza da pronúncia, especialmente em palavras de origem estrangeira ou termos técnicos.

A abolição do trema

Com o Acordo Ortográfico de 2009, o uso do trema foi abolido em palavras da língua portuguesa, com exceção de nomes próprios e derivados estrangeiros, como em “Müller” ou “Hübner”. A simplificação da ortografia foi uma das razões por trás dessa mudança, buscando uniformizar a escrita nos países lusófonos.

Por mais que o trema tenha desaparecido da ortografia oficial, muitos falantes ainda o lembram com certa nostalgia, e sua ausência ainda provoca dúvidas sobre a pronúncia correta de certas palavras.

Uso do trema em outras línguas

Embora o trema tenha caído em desuso no português, ele ainda é amplamente utilizado em outras línguas, como o alemão e o francês. No alemão, ele transforma o som das vogais “a”, “o” e “u”, formando as letras “ä”, “ö” e “ü”, respectivamente, mudando completamente a pronúncia das palavras. No francês, ele aparece sobre o “e” ou o “i”, indicando que essas letras devem ser pronunciadas separadamente de uma vogal anterior.

A curiosa persistência do trema no Brasil

Mesmo após sua retirada das normas ortográficas, o trema continua presente no imaginário e na prática de muitos brasileiros. Em algumas regiões, especialmente em falas mais coloquiais, ainda se escuta a referência ao sinal, e muitas pessoas continuam usando o trema em escritos informais ou por força do hábito. Um exemplo comum é o uso da palavra “lingüiça” ainda com o trema em certos cardápios e textos antigos.

A questão também se mantém em nomes próprios que conservam o sinal diacrítico, como em sobrenomes de origem alemã. Isso mantém o trema vivo no cotidiano, mesmo que sua aplicação tenha se tornado bastante limitada.

A pronúncia e o legado do trema

Uma das grandes contribuições do trema foi ajudar na clareza da fala. Antes do Acordo Ortográfico, era comum usá-lo para diferenciar a pronúncia de palavras que, sem o trema, poderiam causar confusão. No entanto, com o tempo, a maioria dos falantes aprendeu a identificar corretamente os sons de palavras como “linguiça” ou “frequente”, mesmo sem o auxílio desse sinal gráfico.

Embora muitos ainda defendam seu retorno, o trema foi retirado para facilitar o ensino da língua, reduzir inconsistências e alinhar o português aos novos tempos, onde as tecnologias de escrita e leitura, como os teclados digitais, tornaram o uso de sinais diacríticos menos prático.

Conclusão

Apesar de não fazer mais parte das regras ortográficas atuais, o trema tem uma rica história que continua a despertar curiosidade e interesse. Seu uso em línguas estrangeiras e sua persistência em nomes próprios garantem que ele ainda seja lembrado, e sua contribuição para a clareza da pronúncia é um legado que perdura, mesmo sem sua presença visível.

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